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Portaria aprova o Programa Nacional Lixão Zero; CNM pede informações sobre auxílio aos Municípios

06/05/2019

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Acabar com os lixões em todo o país é um dos objetivos da segunda fase da Agenda Nacional de Qualidade Ambiental – como tema Resíduos Sólidos. Para isso, o governo publicou a Portaria 307/2019 do Ministério do Meio Ambiente (MMA), no Diário oficial da União (DOU) de quinta-feira, 2 de maio. Ela aprova o Programa Nacional Lixão Zero, com foco no fortalecimento de gestão integrada, coleta seletiva, reciclagem, logística reversa, recuperação energética e disposição ambientalmente adequada dos rejeitos.

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) destaca a iniciativa do governo federal, mas reforça que não participou da construção do plano de ações do programa e aguarda informações do MMA sobre o apoio aos Municípios. Desde 2010, a entidade tem solicitado à União programas sólidos que aportem recursos financeiros e técnicos suficientes e acessíveis a todos os Municípios brasileiros. Fato é que, para cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – instituída pela Lei 12.305/2010 –, a União, os Estados e também a iniciativa privada precisam tornar-se protagonistas da implementação dessa legislação.

O programa é dividido em cinco partes, com as justificativas, os objetivos, os indicadores, o orçamento, o prazo de conclusão e os responsáveis pela execução dos trabalhos. São elas:

  • diagnóstico do problema dos resíduos sólidos;
  • apresentação da situação desejada relativa à gestão integrada dos resíduos;
  • indicadores para auxiliar o monitoramento dos avanços relativos à implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos;
  • eixos de implementação para a concretização da situação desejada; e
  • apresentação do plano de ação com as medidas prioritárias e detalhadas para enfrentamento da realidade dos resíduos sólidos urbanos no país.
No site do Ministério é possível verificar um Plano de Ação, com atuações pragmáticas e concretas e uma Agenda de Atividades, que serão atualizadas de acordo com a evolução do programa. Por meio de painel interativo, é possível visualizar mapas, gráficos e indicadores relacionados à gestão de resíduos sólidos urbanos e logística reversa. E a Agenda de Qualidade Ambiental Urbana é um conjunto coordenado e integrado de ações idealizadas pelo MMA para melhorar as condições de vida nas cidades. Consta de seis fases, cada uma centrada em um tema – Lixo no Mar, Resíduos Sólidos, Áreas Verdes Urbanas, Qualidade do Ar, Saneamento e Qualidade das Águas e Áreas Contaminadas.

Considerações
Para a CNM, a lei atribuiu obrigações à União, aos Estados, aos Municípios, ao setor empresarial e à própria sociedade. Passados quase nove anos da PNRS, a legislação obrigou a realização de planos de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, coleta seletiva, compostagem, reciclagem e disposição final em aterros sanitários apenas de rejeitos. Entretanto, nenhum Município conseguiu cumprir 100% da lei.

Eliminar os lixões ainda é um dos maiores desafios para o poder público local. Por esse motivo, a CNM elogia a iniciativa do ministério de lançar o Programa Nacional Lixão Zero. O programa faz parte da segunda fase da Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana, a qual tem o objetivo de melhorar os indicadores da boa qualidade ambiental nas cidades. Segundo o MMA, com foco na população residente nas grandes metrópoles, a Agenda Nacional orienta para políticas públicas urgentes, mais efetivas e eficientes, que integrem condutas nos diferentes níveis de tomadas de decisão.

Construção
No entanto, apesar de constar do plano de ações do Programa Nacional Lixão Zero, a CNM não participou da construção do documento e aguarda retorno do Ministério para compreender melhor como os Municípios receberão apoio técnico e financeiro para encerrar os lixões e aterros controlados ainda em 2019. Não obstante, a preocupação da CNM é que o apoio a consórcios está previsto para 2020, mas, devido ao alto custo dos aterros sanitários, a regionalização deveria ser priorizada de modo a reduzir os custos e maximizar os benefícios.

Outra preocupação da CNM é que a Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana não foca apenas nas metrópoles, conforme consta no site do MMA. Por isso, a demanda por poio técnico e financeiro deve ser centrado em pequenos Municípios para que o problema dos resíduos sólidos seja de fato resolvido no país. Assim, caso o MMA atue apenas por editais como consta no plano de ação, a CNM entende que a priorização deve ser feita para atender Municípios que de fato necessitam desse apoio.

Responsabilidade 
Por fim, a área de Meio Ambiente e Saneamento da CNM destaca que a implementação dos sistemas de logística reversa dos produtos destacados no artigo 33 da Lei 12.305/2010 são de responsabilidade exclusiva do setor empresarial e, até o momento, o que se percebe é a precariedade na implementação desses sistemas, o que acaba causando problemas severos aos gestores locais que ficam sem ter condições de resolver os problemas locais devido à má implementação e execução dos serviços por parte do setor empresarial. 
Para mais informações sobre o Programa Nacional Lixão Zero.

Fonte: CNM

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