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Menos investimento, mais violência em Municípios fronteiriços; CNM alerta para região há dez anos

17/08/2018

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Relatório preliminar do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf) mostra que a violência aumenta em cidades fronteiriças com menor investimentos e menos estrutura. O presidente do Instituto, Luciano Stremel Barros, concedeu entrevista à Agência Brasil nesta terça-feira, 14 de agosto, e confirmou alerta feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) sobre a região, há dez anos.

Os Municípios que mais sofrem com a violência são aqueles que apresentam a pior estrutura educacional e de saúde e menos oportunidades de empregos formais. “Há uma correlação direta entre a crescente violência nas localidades e o abandono escolar, a falta de qualificação profissional e oportunidades para os jovens”, afirma Barros.

Com 150 km de largura e aproximadamente 16 mil km de extensão, a fronteira representa 27% do território nacional, abrange 11 Estados e 588 Municípios divididos em sub-regiões e reúne aproximadamente 10 milhões de habitantes. Dentre os dados destacados pelo representante do Idesf, “os índices de homicídios são alarmantes nas fronteiras com o Paraguai, entre Foz do Iguaçu (PR) e Porto Murtinho (MS)”. 

Armas
Ele chamou a atenção para o crescente poder das organizações transfronteiriças, como o contrabando que cruza as fronteiras, alimentando a violência e ajudando a armar as facções criminosas. “Voltamos a alertar que, se não houver uma estratégia política integrada para a fronteira, o problema tende a se agravar, com reflexos para todo o país”, afirmou o presidente do instituto.

O diagnóstico final do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras sobre a situação nas cidades fronteiriças deve ser divulgado na próxima semana. O documento deve mostrar um retrato da segurança pública e conclusões sobre quatro eixos fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico da faixa de fronteira: educação, saúde, emprego/ renda e finanças.
Drogas
Um primeiro resultado é a maior apreensão de drogas, que, em 2017, cresceu 42% em comparação ao ano anterior, saltando de 300 toneladas para 427,5 toneladas.

Ao mesmo tempo, o governo sul-mato-grossense garante estar implantando programas sociais para atender à população com acesso aos serviços de educação, saúde e geração de emprego e renda. 
Como medida emergencial, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que o governo federal está deslocando cerca de 250 agentes da Força Nacional para reforçar a vigilância das fronteiras, além de ampliar o número de policiais federais na região. Nova ação conjunta com a Força Aérea Brasileira (FAB) deve ser desencadeada nos próximos dias.


Sobre a decisão do governo de reforçar a segurança, a assessora de Relações Internacionais da CNM, Tatiane de Jesus, julga importante fortalecer a atuação na área de segurança voltada à população nas áreas de fronteiras. “A segurança é uma das principais demandas nessa região, com desafio mais intenso com problemas como o tráfico de armas e drogas”, destaca.

Demandas
No entanto, a entidade tem mostrado que é necessária a atuação mais intensa, principalmente do Congresso Nacional e do governo federal, e políticas públicas a curto, médio e longo prazo. Tanto a confirmação da relação entre a violência com a falta de investimentos quanto com a falta de estrutura nas áreas social, de educação, de saúde e de segurança foram alertados na publicação da CNM Fronteiras em Debate de 2008.

Ou seja, o documento da Confederação identificou há dez anos a realidade mostrada e confirmada nas demais pesquisas e relatórios, de lá pra cá. A publicação descreve como demandas dos Municípios fronteiriços a criação da Polícia de Fronteira para tratar dos problemas específicos dessa região, a necessidade de aprofundar a cooperação de segurança com os países vizinhos e o aumento de postos policiais na Fronteira. 

Confira também o mapa de fronteira do Observatório do Crack
Por: Raquel Montalvão com informações da ABr e da Idesf
Foto: Secretaria da Segurança Pública/ Gov. PR
Da Agência CNM de Notícias

Fonte: Portal CNM

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