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Dados mostram que vítimas de assédio sexual online têm idade média de 10 anos

18/02/2016

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A audiência pública na Comissão Parlamentares de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos para discutir o assédio sexual a crianças nas redes sociais, revelou que a média de idade dessas vítimas é de cerca de 10 anos. Juliana de Faria da Organização Não Governamental (ONG) Think Olga foi uma das participantes do debate. Ela é a criadora da campanha #PrimeiroAssédio, a qual, em menos de cinco dias, proporcionou o relato de mais de 80 mil pessoas sobre os casos de assédio que vivenciaram na infância ou na adolescência.
 
A ONG também realizou um levantamento sobre a idade de vítimas sexuais online usando como com base três mil mensagens no Twitter. A idade média de 9,7 anos é considerada alarmante. Conforme avalia Faria, esse dado revela que a sociedade está “sexualizando” as meninas muito cedo e as consequências podem se refletir em traumas na fase adulta. Ela afirma que o caminho para evitar esse tipo de assédio passa por uma mudança de cultura.
 
Vazamentos
Diretora da campanha Manda Prints (promovida pela mesma ONG), Maíra Liguori, explicou que objetivo é combater a violência online contra a mulher. A ideia é colocar o tema em evidência e divulgar as informações e procedimentos para a proteção das vítimas.
"Quando a gente fala de crime online, a gente está falando de vazamento de fotos íntimas ou de agressão verbal, ameaças e comentários. Quando a gente fala, principalmente de vazamento de fotos, a gente, normalmente, culpa a vítima. A gente diz: quem mandou ela fazer essa foto, quem mandou ela mandar para o namorado? A gente não está olhando para o verdadeiro criminoso que é o cara que vazou essas imagens" lamenta Liquori.
 
Responsabilização
Maíra Liguori disse ainda que a legislação precisa ser atualizada para que as redes sociais também sejam responsabilizadas. Ela também apela para que órgãos do poder público, como delegacias, tenham treinamento adequado na hora de receber esse tipo de denúncia. Segundo Maíra, o primeiro procedimento recomendado no caso de ataque pela internet é a impressão da tela com a ofensa e até o registro do documento em cartório para que se tenha uma prova na hora de denunciar o crime.
 
Vice-presidente da CPI dos Crimes Cibernéticos, o deputado Leo de Brito (PT-AC) reafirmou a importância de uma mudança cultural e de ações do poder público no combate ao assédio. O prazo para o encerramento dos trabalhos da CPI está previsto para 14 de março. Segundo Brito, serão realizadas no máximo mais duas audiências antes da votação do relatório.
 
Da Agência CNM, com informação da Agência Câmara

Fonte: Portal CNM

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