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Agentes de saúde entram na luta direta contra o mosquito da dengue

26/01/2016

Imagem notícia
Agentes comunitários de saúde (ACS) – responsáveis pelo atendimento à população nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) – se juntarão aos agentes de combate a endemias (ACE) para intensificar as ações de controle do mosquito da dengue, conforme determinação do Ministério da Saúde.

O trabalho conjunto começa nesta terça-feira, 26, e se estenderá até junho. Os detalhes foram acertados durante treinamento nesta segunda, no anfiteatro da Prefeitura, reunindo as equipes da Vigilância em Saúde/ Vigilância Ambiental, representantes da 12ª Regional de Saúde e os agentes da Secretaria Municipal de Saúde.Não se trata de uma operação de limpeza, ou 'arrastão', mas de orientação direta à população e eliminação de focos do mosquito. “Os agentes visitarão todas as residências de Umuarama (sede e distritos) quatro vezes até junho, para conversar com a população e vistoriar os quintais. Caso sejam encontrados, os focos do mosquito serão eliminados. O objetivo é reduzir ao máximo a infestação e diminuir os riscos de epidemia de dengue, casos de zica vírus e febre chikungunya, também associados ao mosquito Aedes aegypti”, explicou o secretário da Saúde, Luiz Alberto Haiduk.

Ao abrir o treinamento, o secretário lembrou que a ação não seria necessária se a população fizesse a sua parte. “O morador é responsável pela limpeza do seu quintal e o proprietário deve cuidar do terreno baldio. Como muitos não se preocupam com a limpeza, os focos vão aumentando e diante da situação favorável à reprodução do mosquito (tempo quente e úmido), o Ministério da Saúde decidiu agir antes que surja uma epidemia de grandes proporções”, emendou.

A campanha vai tirar os agentes de saúde de sua função, temporariamente, mas o secretário assegurou que a população atendida em seu domicílio e nas UBS não ficará desassistida. “Haverá algum impacto no trabalho dos agentes, mas essa ofensiva contra o mosquito é urgente e visa evitar um problema maior (uma epidemia). O ideal seria contratar agentes de endemias temporários, mas não há recursos federais nem estaduais para este fim, e ainda seria necessário um treinamento – o que atrasaria as ações. Dada a urgência, o governo optou pelo desvio de função”, explicou.

Coleta seletiva

O secretário municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Gestão Integrada, Antônio Carlos Favaro, lembrou que o município oferece serviços que ajudam no combate ao mosquito, como a coleta seletiva de materiais recicláveis e a coleta regular do lixo comum, mas lembra que a adesão por parte da população ainda está longe do ideal. “Pelo nosso controle, só 50% do lixo reciclável é colocado para a coleta seletiva. O restante é misturado ao lixo comum ou dispensado em lugares impróprios, como canteiros centrais, ruas e avenidas, ou acomodado de forma perigosa nos fundos de quintais”, afirmou.

Por isso, é importante a conscientização que os agentes farão durante as visitas. “Precisamos convencer a população sobre a importância de cuidar do seu quintal, eliminando recipientes que possam acumular água para dificultar a reprodução do mosquito. Todo esse material deve ser colocado na rua, nos dias da coleta, pois os caminhões cobrem 100% da área urbana e a reciclagem é o único destino capaz de eliminar esse risco. Os agentes também devem ouvir a população e trazer ideias, reclamações, opiniões sobre o que o poder público pode melhorar o combate ao mosquito”, completou Favaro.


Microcefalia

A chefe de Vigilância em Saúde da 12ª Regional, Aletheia Patrícia Busch, lembrou que os riscos de uma epidemia de dengue são reais e a situação pode piorar se surgirem casos de contaminação pelo zica vírus e febre chikungunya. “Esta é a segunda vez na história que o Brasil decreta situação de emergência na área de saúde. Já são mais de 3 mil casos de microcefalia (recém-nascidos com deformidade no cérebro) em todo o país e já há suspeitas no Paraná. É essencial que essa operação contra o mosquito seja efetiva e consiga reduzir os focos”, informou.

O último Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa) apontou presença de larvas do mosquito em 6,3% das residências de Umuarama – número mais de 6 vezes mais que o considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas em alguns bairros, a infestação ficou acima de 15% - casos da região da Catedral (17,4%), Parque das Jabuticabeiras (18,3%) e Parque Industrial 3 (20%).

Sem dengue
*-O chefe da Vigilância em Saúde do município, Fábio Barzon, informou que ainda não há nenhum caso confirmado de dengue em Umuarama, em 2016, mas as notificações em investigação já somam 69. “Nossas equipes trabalham nas localidades com maiores índices de infestação e intensificaremos ainda mais a luta contra o mosquito com o apoio dos agentes de saúde. O combate será em todas as regiões ao mesmo tempo, pois os ACS atuarão nas áreas de suas unidades de saúde”, explicou.

A Vigilância mantém várias frentes de trabalho, com combate larvário, aplicação de inseticida, vistorias em ocos de troncos de árvores e uma equipe reforçada para atender às reclamações e denúncias da população. “Precisamos da colaboração de toda sociedade, do envolvimento de cada um no combate ao mosquito para que consigamos evitar uma epidemia”, encerrou.

Fonte: Assessoria de Imprensa - Prefeitura Municipal de Umuarama

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